quarta-feira, 21 de março de 2012

Divã 2


Seja você mesmo...não sorria.olhe para baixo. Não fixe o olhar. Apenas olhe para o além, como se estivesse vendo uma cena horripilante. Como se houvesse morte em cada centímetro quadrado à sua volta. É isso que me destrói. É isso que completa minhas palavras. Um ser perdido, acabado, e cheio de essência. Não há como ser perfeito. Fume. Drogue-se. Mate-se. Viva. E sorria no final de cada frase, como se tudo o que dissesse tivesse a maior importância do mundo. É isso o que te faz completo. Julgue todos à sua volta: vulgar demais, perdido demais, social demais, compreensivo demais, insuficiente. Perdido. Perca-se. Enfim perceba que nada do que tem seu pensamento faz algum sentido. Inferno. Enfim você percebe que está em casa. Ou longe demais para suportar. Sonho surreal. Verdade fatídica. Nada disso faz sentido. Carregue esta chama no seu coração. Um rosto no espelho. As coisas que você tem na cabeça ficarão para sempre na sua cabeça. Essa chama. A luz. Afunde-se. E afundando você tenta segurar-se nas paredes. Não há paredes. Não há no que se segurar. Você simplesmente cai, para sempre. Até não fazer mais sentido. Assim como no princípio. Até não saber mais quem você é.
Não há quem me ajude a carregar esta chama no coração. Não há coração.
Um dia que começa tão lindo, acaba neste limbo mental. Como se eu esperasse outra coisa. Sou, enfim invisível. Ignorável. A palavra “perdida” não sai da minha cabeça. E eu a escrevo, pois simplesmente gosto de saborear as idéias fixas que se transformam em palavras. Risível. Um arrepio percorre meu corpo. É o frio do primeiro dia de outono.  Junto ao arrepio vem a consciência de que não há mais ninguém que suporte esse frio comigo. E há dias eu tentava segurar essa dor, mas finalmente a lágrima caiu. Curiosos me rondam. E eu me fecho novamente. Me fecho para meus próprios sentimentos. Tento me evitar, olhar acima de meu próprio nariz, exalando uma falsa superioridade (que todos sabem que é falsa, mas me engano mesmo assim). Inspiro o ar “puro”. Não há mais pureza. Sorriso amarelo. Eu me resumo nestas duas palavras: SORRISO AMARELO.
E quem devia ficar perto fica longe. Não segura um olhar por muito tempo. Eu estava certa desde o princípio. Não posso confiar em ninguém. Sem luz para me guiar. Eu me traí. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH  como tudo isso soa sarcástico... tão... infantil. Presa na minha própria dor, assim como fazia quando tinha 14 anos. Agora ao menos tenho o poder de decidir para onde direciono minhas emoções. E não vou atingir a mim mesma. Não mais.

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